domingo, 10 de maio de 2009

O Futuro da Criança

Ser criança no século XXI é ser um adulto jovem. Não deveria ser esse o conceito atribuído, mas é justamente ele que melhor traduz a fase da infância nesta sociedade moderna, que entre tantas mudanças, alterou também o comportamento e o modo de ser da criança.

Uma observação de como meninos e meninas vivem hoje é que permite o questionamento de como será o futuro da criança. O ponto central gira em torno da dedução de que, se a infância é hoje um reflexo de novos hábitos e costumes adquiridos por meio do desenvolvimento da sociedade, como ela será amanhã, visto que esse desenvolvimento é contínuo?

Há formas diferentes de encurtar a chamada fase da infância. Se por um lado existe a banalização do cenário constituído por crianças que pedem esmolas nas ruas e deixam de brincar e se divertir, há outro que aponta àquelas que, superprotegidas pelos pais, se fecham no seu mundo de computadores e videogames.

Tanto uma quanto a outra é o reflexo desse novo mundo, retratado por um sistema capitalista que intensifica as desigualdades sociais. É esse mesmo sistema que promove um consumo desenfreado e faz com que a sociedade aceite o apelo publicitário e se disponha ao entretenimento pouco educativo e erotizado.

Hoje as crianças deixam de ter o contato com outras crianças para fazer parte do mundo dos adultos. Assistem aos mesmos programas televisivos que eles, querem saber de iPod, celular e câmera digital. Brincam cada vez menos e com isso deixam de estabelecer trocas afetivas, prática fundamental para o bom desenvolvimento infantil.

O futuro da criança tende a ser ao menos bem diferente do que foi um dia e do que é hoje. A idéia que se faz depois de algumas análises desse antes e depois, leva a crer que a infância será cada vez mais curta, visto que já é repassado para elas, cobranças que deveriam se limitar à jovens e adultos.

Essas exigências, que para crianças de famílias pobres podem ser o trabalho infantil, e para as de famílias ricas, o excesso de aulas e atividades, levará as crianças a um estado de amadurecimento precoce, maior do que já observado nos dias atuais. Fica aí, a curiosidade e o desejo de que essa projeção não ser torne uma realidade maior do que já é.

sábado, 9 de maio de 2009

Crime que não é crime

A luta contra a pirataria se tornou uma das ações mais popularizadas nas sociedades atuais. Propagandas contra esse crime que cresce no país são feitas constantemente a fim de conscientizar a população dos prejuízos com a compra de uma mercadoria falsa.

Verificadas facilmente em qualquer DVD, na televisão e no cinema, os meios utilizados para difundir essa conscientização abrangem boa parte da população, mas é possível observar que não surge grande efeito.

As pessoas continuam adquirindo produtos falsos e, seja pelo fato da pirataria ter se tornado um tráfico aceito com naturalidade, ou por causar prejuízos indiretos aos governantes, a preocupação contra esse esquema não se limita mais às gravadoras de CDs e às produtoras de filmes.

Nos últimos tempos, os governos estão dando especial atenção ao assunto. Na verdade, o investimento em campanhas contra esse crime ainda é baixo, mas ainda assim é um passo importante.

A pirataria pode ser explicada pelo fato do acesso à cultura nunca ter sido barato no Brasil. Comprar CDs e filmes originais, por melhores que fossem, sempre foi um custo muito elevado para o padrão de vida dos brasileiros.

É através de produtos falsos que grande parte das pessoas tem acesso àquilo que o seu baixo poder aquisitivo não permite. Comprar a mesma mercadoria por, muitas vezes, 1/3 do preço da original, se tornou corriqueiro.

Vale ressaltar também que não são apenas os considerados pobres que compram mercadorias piratas. Há pessoas da classe média e empresas que utilizam desse artifício para não gastar muito e manter o alto padrão de vida.

Investir em campanhas contra a pirataria hoje, embora seja fundamental, não é o suficiente. Para resolver essa questão é preciso que o governo tenha consciência de que é necessária toda uma reeducação da sociedade para que esta identifique o ato como um crime.