quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Guerra sem fim

O exército paquistanês está lutando contra o Taleban, mas isso só está trazendo mais baixas para a região. Só ontem, a explosão de um carro-bomba em um mercado de Peshawar, no noroeste do Paquistão, matou pelo menos cem pessoas, a maioria mulheres e crianças.

Desde o início do conflito entre o Taleban e o governo de Islamabad, em 2007, já foram contabilizados mais de 2.500 pessoas mortas em atentados suicidas. Com o ataque de ontem, o número de mortos em ofensivas terroristas subiu para 270 neste mês, que foi quando começou a nova onda de ataques atribuídos ao Taleban.

Ironicamente, a ação dos terroristas se deu pouco tempo depois que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, chegou ao país justamente para demonstrar o apoio de Washington à campanha do governo paquistanês contra os terroristas.

O Paquistão há muito briga contra o Taleban e está decidido a ir até o fim, para a alegria dos americanos. Ontem, o chanceler do país, Shah Mahmood Qureshi, disse que o governo paquistanês não esmorecerá e que o país não será derrotado.

A disposição do governo de Islamabad em seguir adiante na ofensiva contra o Taleban, é muito importante para os interesses do governo americano, que visa estabilizar o Afeganistão, já que a guerra travada no país se tornou o foco do presidente Barack Obama no combate ao terrorismo.

O interesse pode ser exemplificado por um ato da Casa Branca, que na segunda semana de outubro oficializou uma lei que visa uma ajuda anual de US$ 1,5 bilhão ao Paquistão, pelo prazo de cinco anos.

São guerras como essa, entre o Taleban e o Paquistão, que levam a comunidade internacional a se revoltar contra políticas anti-terroristas. A dor de ver centenas de mortos e feridos na televisão e nas capas dos jornais é universal. É muito triste que civis acabem pagando com a própria vida, disputas que parecem não ter fim nunca.